DEPRESSÃO, "DOENÇA" OU ‘FRESCURA’?
O quanto se fala de depressão hoje em dia, não é mesmo? De certa forma a palavra “depressão” acabou por cair na boca das pessoas em geral, assim tristeza ou desânimo comuns, coisas normais que qualquer um passa na vida, logo são identificados e denominados de “depressão”, o que não é o caso.
Outros acham que é “frescura”, “falta do que fazer”, ou mesmo “falta de laço”. Esta postura é a mais perigosa, pois aumenta ainda mais o problema do depressivo e não ajuda em nada.
Depressão é uma doença já observada há mais de 2.000, denominada antigamente de “melancolia”, e que hoje, pelo estilo de vida que levamos está cada vez mais presente, inclusive em crianças.
Alguns sintomas da depressão incluem: tristeza muito grande, apatia, alterações no sono (ou não consegue dormir ou dorme demais), pessimismo e negativismo, problemas de apetite, medo exagerado e infundado e perda de interesse por atividades antes prazerosas (trabalho, sexo, convivência social , passeios, etc)
As causas da depressão são variadas, como por exemplo: componentes hereditários (famílias que apresentam predisposição para o problema), um evento muito triste, o período após o parto (depressão pós parto), estresse e tensão, causas físicas como alterações hormonais ou tumores, ira, mas o principal tema é a culpa.
Falando em culpa, aqui que muitos religiosos precisam estar atentos, pois podem pensar: “se creio em Deus, como posso ficar tão triste’? O que se mostra num erro de pensamento que aumenta mais ainda a culpa, pois na Bíblia vamos encontrar pessoas que ficaram muito tristes, como Jó e o próprio Jesus, e até com depressão,como Elias, o qual chegou a pedir para Deus a própria morte. (confira no livro bíblico de 1 Reis 19)
A pessoa com depressão sofre muito, fica muito triste, pode ainda desenvolver comportamentos decorrentes da própria depressão como agressividade e alcoolismo. Tende ainda a se retrair, afastando-se dos outros. Seu sistema de defesa do organismo também fica prejudicado, podendo desenvolver infecções e diversas doenças, há inclusive estudos que relacionam depressão e câncer.
O grande perigo, porém, é o suicídio, ou seja, o “o modo completo de escape”, na cabeça do suicida. “Quem fala não faz”, “cão que late não morde”, cuidado com estas frases, pois estatísticas mostram que mais de 30% dos suicidas haviam expressado sua intenção. Conforme o caso, é preciso proteger a pessoa de si mesma através de medicamentos ou mesmo internação.
Se você suspeita que possa estar com depressão, ou mesmo uma pessoa próxima de você, procure um médico e converse sobre o assunto, ele pode avaliar a necessidade do uso de antidepressivos. Jamais use medicamentos que funcionaram para outra pessoa, pois cada caso é um caso. Outra ajuda importante é a terapia com um psicólogo, no sentido de reavaliar certas posturas e comportamentos e mesmo “ouvir o que a depressão tem a dizer”, pois em muitos casos a depressão é um pedido de mudança num estilo de vida.
Algumas atitudes podem ajudar a prevenir a depressão:
a) cuide com o stresse, a pressa e seu estilo de vida. Procure relaxar, descansar e ter laser.
b) esteja em dia com sua saúde, consultando periodicamente o médico.
c) cuidado com negativismo e a crítica em excesso, procure desenvolver uma atitude otimista e o bom humor;
d) por ser perdoado por Deus, perdoe a si e aos outros;
e) pratique algum esporte, caminhada por exemplo;
f) elogie seus filhos e crie neles uma boa auto-estima;
g) conviva com bons amigos, a quem você pode ajudar e ser ajudado, neste sentido uma igreja pode ser uma ótima comunidade terapêutica;
h) cuidado com as cores das roupas que usa, especialmente preto e cinza;
i) pratique a oração, colocando diante de Deus as coisas que não dependem de você, que fogem ao seu controle, mas que lhe causam grande sofrimento;
Flávio Luis Hörlle, pastor da Igreja Luterana Santa Cruz e psicólogo clínico (CRP 08/09121).
